A endometriose é uma doença ginecológica caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial (tecido que reveste o útero) fora da cavidade uterina. Tem característica inflamatória, sendo hormônio dependente (depende do estrogênio). Esse tecido endometrial que não descama por completo se instala em regiões pélvicas, como trompas, ovários, paredes vaginais, abdômen, reto e outras partes da cavidade abdominal. A partir disso, lesões e focos inflamatórios se desenvolvem, dando origem à doença.
Conheça fatores importantes sobre a doença:
- O tecido endometrial pode se localizar fora do útero, atingindo os ovários, trompas, bexiga e intestinos.
- Apresenta sintomas como menstruação irregular, dor pélvica e abdominal crônica, cólicas menstruais intensas, dispareunia (dor durante o sexo), constipação, diarreias, dor ao evacuar, inchaço abdominal, infertilidade, fadiga e outros problemas intestinais e urinários, como sangue na urina.
- O diagnóstico costuma ser desafiador podendo levar anos para ser identificado, pois seus sintomas são diversos e podem levar a confusão com outras condições de saúde da mulher. Alguns exames como a ultrassonografia pélvica transvaginal e ressonância magnética, ambas com preparo intestinal, auxiliam o médico especialista neste diagnóstico, juntamente com os demais sintomas da paciente.
- Entre as opções de tratamento estão os medicamentos que ajudam no controle da dor e da inflamação, além de terapia hormonal e cirurgia feita por videolaparoscopia para remover os focos de endometriose.
Mudanças no estilo de vida auxiliam no tratamento
- Outro ponto muito importante no tratamento da endometriose é a mudança no estilo de vida. A prática de atividade física regular e os cuidados com a alimentação vão ajudar a amenizar os sintomas, principalmente os desconfortos gastrointestinais. Comece evitando alimentos que pioram os sintomas intestinais como o refrigerante, café, álcool, glúten, lactose, embutidos, excesso de carnes vermelhas e gorduras saturadas em excesso, presente os alimentos de origem animal. Sendo assim, inclua mais vegetais, frutas, boas gorduras como azeite de oliva, abacate, oleaginosas e sementes, além de alimentos probióticos como o iogurte natural e fermentados, psyllium, aveia, gengibre, cúrcuma, e os chás (camomila, hortelã, erva doce, unha de gato e uxi amarelo).
- A maior prevalência da doença é em mulheres em idade reprodutiva, ou seja, entre 11 e 45 anos, onde estima-se que cerca de 5 a 10% das mulheres no período reprodutivo, podem sofrer com a infertilidade (20 a 50% dos casos).
- Existem algumas teorias para a causa da endometriose, sendo uma doença multifatorial causada por questões diferentes que combinadas podem levar ao desenvolvimento da doença. Uma delas é a teoria da menstruação retrógrada, onde células endometriais podem voltar pelas tubas uterinas e se implantar em outros órgãos. Outra teoria seria da disfunção imunológica onde o sistema imunológico enfraquecido permitiria que essas células sobrevivessem e se desenvolvessem.
- A doença pode ser dividida em três tipos de acordo com as características morfológicas: pode ser superficial, afetando apenas a camada externa dos órgãos pélvicos com focos de no máximo 5 mm de profundidade. Também pode formar cistos de chocolate nos ovários, chamados endometriomas e a forma mais grave, a infiltrativa profunda, onde o tecido do endométrio invade profundamente outros órgãos, com focos maiores que 5 mm de profundidade.
Importante destacar que a endometriose é uma doença complexa e muito individual, onde cada sintoma deve ser analisado e considerado, pois ela traz consequências que impactam a qualidade de vida das mulheres. Qualquer suspeita que tenha, busque o ginecologista especialista em endometriose, para que os exames e o correto diagnóstico sejam realizados o quanto antes para ajudar na melhora dos sintomas e na qualidade de vida das mulheres que sofrem com a doença.
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Referências:
Livro Nutrição Funcional na Saúde da Mulher – Capítulo 6 – Endometriose
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FeminaZ2021Z49Z-Z3.pdf
https://sogirgs.org.br/area-do-associado/Endometriose-2021.pdf
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/61958/44620
